sexta-feira, 31 de julho de 2009

Quem sou eu para mim???
Só uma sensação minha.
O meu coração esvazia-se sem querer, como um balde roto.
Pensar? Sentir?
Como tudo cansa se é uma coisa definida!


Fernando Pessoa

sexta-feira, 17 de julho de 2009

IDOLATRIA PÓS MODERNA


“O problema é que, fora do contexto do fascínio da ressurreição, toda oração se torna um ato de idolatria pelo qual Deus é reduzido a algo que podemos usar para atingir nossos objetivos, por mais nobres e úteis que sejam eles...”
Eugene Peterson
Viva a ressurreição.

“Naqueles dias, não havia rei em Israel, porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos.” Juizes 21.25.


Conheço um irmão que quando está pregando pergunta ao auditório se estes sabem qual é o primeiro mandamento. Quase todos respondem “amarás o Senhor teu Deus”, ou seja, quase sempre as pessoas erram.

O primeiro mandamento do Decálogo (dez mandamentos) é não ter outros deuses diante do Senhor (Êxodo 20.3), e foi exatamente este mandamento que os hebreus, tantas vezes, tiveram dificuldade de obedecer. Na verdade, eles foram levados em cativeiro para a Babilônia como juízo em relação à sua idolatria.

Idolatria é basicamente adorar uma criatura em lugar do criador (Romanos 1.25). Existem muitos motivos que podem ser levantados como o motivo de Deus odiar tanto a idolatria. E eu gostaria de propor um motivo que estou pensando nesses dias.

Em Gênesis temos o registro da criação do homem e podemos ler que Deus ao criá-lo disse que “era muito bom”. Antes deste momento, tudo aquilo que Ele havia criado recebia um elogio de “bom”, somente o homem recebeu um acréscimo de “muito” bom. Creio que esse “muito” é aquilo que nos diferencia das demais criaturas de Deus. Somos a obra prima de Deus nesta Terra e ela nos foi dada para a dominarmos (dominar e destruir não são sinônimos).

Com isso em mente, eu gostaria de propor o pensamento de que “idolatria é desumanizar o homem”. Ou seja, quando nos prostramos a algo menor do que nós acabamos rebaixando nossa humanidade e igualando nossa existência a seres inanimados ou irracionais. Falando sobre idolatria, vemos o salmista dizendo “Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que neles confiam” (Salmo 115).

Pior do que sermos rebaixados a meros objetos inanimados, existe o fato de que a idolatria rebaixa também ao próprio Deus. Em Êxodo vemos o povo pedindo para que Arão fizesse um deus para eles (como se faz um deus?). Então Arão faz um bezerro de ouro - objeto inanimado - e declara ao povo “isto é o teu deus que te tirou da terra do Egito” (Êxodo 32).

Deus odeia a idolatria porque ela é uma falsificação de sua verdadeira identidade, e não só isso, ela é a arma pela qual eu e você deixamos de ser verdadeiramente humanos e passamos a viver como meros objetos. Você conhece a expressão “mulher objeto”?

Idolatria é fazer um deus para nós mesmos. Blaise Pascal disse “Deus criou o homem à Sua imagem e este retribuiu o favor”. Será que em nossos dias com essa teologia de prosperidade não temos criados nossa própria versão pós-moderna do bezerro de ouro?

Eugene Peterson argumenta: “Idolatria é usar Deus em lugar de adorar a Deus”
Será que ao invés de nos encaixarmos nos planos de Deus temos orado para que Deus se encaixe em nossos sonhos?Será que não vivemos uma versão de cativeiro babilônico em nossos dias?

Se temos liberdade para adorar a Deus da maneira que mais nos convêm logo temos denominação para todos os gostos. Contudo, sempre pensei que a igreja serviria aos gostos de Deus e não o contrário. Sempre pensei que o povo de Deus tinha por objetivo agradá-lo ao invés de ser bajulado pela divindade.

Será que não podemos ser acusados de roubarmos a verdadeira identidade de Deus, ao mesmo tempo em que perdemos nossa própria identidade?


Ângelo
Monte Mor 06/08/09

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Jesus não volta essa noite

Durante os primeiros anos em que freqüentei uma congregação evangélica, sempre ouvia de forma repetitiva algo do tipo: “Jesus pode voltar esta noite, você está preparado?”.

Pois bem, algumas coisas sempre me intrigaram em relação a esta exposição das escrituras e vou colocá-las aqui para você.

1. Se Jesus volta essa noite por que o pregador está tão calmo falando sobre isso? Será que isso para ele era uma coisa bem simples? A Bíblia chama esse dia de o “Grande e Terrível Dia do Senhor”. Logo penso que se algo “grande e terrível” se aproxima, eu não estaria muito calmo falando sobre isso.

2. Se Jesus volta essa noite porque estávamos em um culto e não evangelizando para levar almas para o céu?

Mas de todas as coisas que me intrigavam, existe algo, hoje, que me faz afirmar que Jesus não volta essa noite. Este algo se chama Bíblia Sagrada (à venda nas melhores livrarias). Vejamos.


Mateus 24.14
E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.

O que a palavra “então” lembra para você? Para mim, lembra que antes não poderia acontecer e agora pode. É algo mais ou menos assim: depois que o evangelho for pregado, então (e só então) virá o fim.

Então pergunto:
- O evangelho já foi pregado a todas as nações?
- O evangelho pregado as nações tem sido o evangelho do reino?
Jesus se referiu ao evangelho como “este evangelho”. Nosso evangelho é o “este evangelho” de Jesus ou um outro evangelho? (Leia Gálatas).


SE NÃO PREGARMOS O EVANGELHO A TODAS AS NAÇOES O FIM NÃO VIRÁ.
SE O EVANGELHO PREGADO NÃO FOR O EVANGELHO QUE JESUS PREGOU OU SEJA,
O EVANGELHO DO REINO O FIM TAMBÉM NÃO VIRÁ.SE PREGARMOS A TODAS AS NAÇÕES ESTE
EVANGELHO ATUAL DE PROSPERIDADE E “ADMINISTRAÇÃO DO PECADO” O FIM NÃO VIRÁ.


Não esqueça se não for a todas as nações, se não for o verdadeiro evangelho do reino, então certamente Jesus não volta esta noite.

Ângelo
Monte Mor
01/07/09