terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Up Altas Aventuras

O filme de Pete Docter (o mesmo diretor do ainda insuperável Monstros S.A.) começa com uma seqüência divertida mostrando um momento importante da infância do personagem Carl Fredricksen. Logo depois entra uma montagem com cenas de toda a vida do personagem até a sua velhice, quando o filme começa pra valer. Carl Fredricksen, 78 anos; e Russell, 8. O primeiro é um amargurado vendedor de balões aposentado e viúvo. O outro, um alegre e esforçado escoteiro. Na aventura, ambos voam inadvertidamente juntos ao sul, em uma casa içada por milhares de balões multicoloridos. A trama inclui ainda elementos da história clássica de Arthur Conan Doyle, O Mundo Perdido (1912), em que um explorador traz de uma expedição à América do Sul ossos de um pterodátilo. Denunciado como uma fraude, o aventureiro retorna à selva com o intuito de capturar um espécime vivo.Essa montagem é um dos momentos mais bonitos e tristes que já vi em uma animação. Só ela já vale o preço do ingresso.
Mas a coisa não pára por aí! Apesar de seus momentos tristes, Up está longe de ser um filme depressivo. Pelo contrário, as piadas estão muito boas e as cenas de ação são espetaculares.


O estúdio de animação apresenta a mais inusitada Dupla Dinâmica que se tem notícia:

Pete Docter (Monstros S.A.) e Bob Peterson, os diretores e roteiristas de Up, conseguem fundir essas premissas longínquas - e o fazem com ação intensa e uma dose de emotividade que só encontra paralelo nos antigos clássicos Disney (a cena em que Carl encontra coragem para abrir o diário da esposa falecida produz lágrimas suficientes pra salgar o saco de pipoca).

Agora são personagens humanos em situações humanas que todos podemos reconhecer. Morte, aborto, velhice, feridas, sangue, tudo é mostrado com o devido peso e com a devida atenção, sem exageros. Mesmo com os traços estilizados e a fotografia hipercolorida, até as crianças ficam impressionadas com o peso de algumas cenas, ainda que sem entender completamente.

A perda de sua razão de viver, a redescoberta de um propósito na vida, o reconhecimento de que compartilhar a vida com alguém pode ser uma aventura maior do que explorar um local desconhecido, todas são situações que exigem uma certa maturidade para compreender, o que faz de Up o filme mais adulto da Pixar até hoje e justifica a sua escolha para a abertura do Festival de Cannes.

Up - Altas Aventuras é uma obra muito divertida, muito triste, mas acima de tudo um filme muito bonito. Só tenho mesmo uma reclamação: não deveriam fazer filmes com cenas tão tristes em tecnologia 3D; é muito complicado chorar no cinema usando aqueles óculos especiais. Maldita Pixar!

Assistam eh brilahante!!

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