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domingo, 8 de agosto de 2010

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"Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e
de repente você estará fazendo o impossível."
São Francisco de Assis

"O maravilhoso da fantasia é nossa capacidade de torná-la
realidade."
Anônimo

"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que às
vezes poderíamos ganhar pelo medo de tentar."
Shakespeare

"Todos os dias Deus nos dá um momento em que é possível
mudar tudo que nos deixa infelizes. O instante mágico é o
momento em que um "sim" ou um "não" pode mudar toda a
nossa existência."
Anônimo

"Deve-se temer a velhice, porque ela nunca vem só. Bengalas
são provas de idade e não de prudência."
Platão

"Se queres ser feliz amanhã, tenta hoje mesmo."
Liang Tzu

"Amizade é como música: duas cordas afinadas no mesmo tom
vibram juntas."
Anônimo

"Rir de tudo é coisa dos tontos, mas não rir de nada é coisa dos
estúpidos."
Erasmo de Rotterdam

"O homem vale tanto quanto o valor que dá a si próprio."
François Rabelais

"Todos os caminhos são mágicos se nos levam a nossos sonhos."
Paulo Coelho

"A imaginação é como um braço extra, com o qual você pode
agarrar coisas que de outra forma não estariam ao seu
alcance."
Sartre.

"Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre
inteira."
Cecília Meireles.

"Não concordo com uma única palavra do que dizeis, mas
defenderei até a morte o vosso direito de dizê-la."
Voltaire.

"Não levar nada além de fotos; não deixar nada além de
pegadas; não matar nada além de tempo."
Lema do Excursionista

"No meio de toda dificuldade, sempre existe uma oportunidade"
Albert Eistein

"Que nada vos perturbe, que nada vos aflija, que nada vos assuste! Tudo passa: a dor e a alegria. Só Deus fica. Eternamente."
Padre Eustáquio


"O tempo é o único bem totalmente irrecuperável. Recupera-se uma posição, um exército e até um país, mas o tempo perdido, jamais."
Napoleão Bonaparte

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"
Retirada do livro "Pequeno Príncipe"

"As melhores e mais lindas coisas do mundo não podem ser vistas, sequer tocadas. Devem ser sentidas com o coração."
Hellen Keller

"...Mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou..."
João Guimarães Rosa

" Que Deus nos dê coragem para acertar as coisas que não podemos mudar,coragem para mudar o que pudermos e sabedoria para distinguir uma coisa da outra."
Anônimo

"O homem nunca pode parar de sonhar. O sonho é o alimento da alma, como a comida é o alimento do corpo."
Paulo Coelho -Diário de um Mago

" O medo de sofrer é pior do que o próprio sofrimento.E nenhum coração jamais sofreu quando foi em busca de seus sonhos."
Paulo Coelho-O alquimista

" Só entendi o valor do silêncio no dia que resolvi calar para não magoar alguém."
Anônimo

" Quem sabe o tempo nos faça percorrer caminhos diferentes, mas o destino fará com que nos encontremos no mesmo lugar."
Anônimo

" Enquanto acreditarmos no nosso sonho, nada é por acaso."
Anônimo

" Não é o desafio com que nos deparamos que determina quem somos e o que estamos nos tornando, mas a maneira com que respondemos ao desafio."
Anônimo

"Deus nos concede a cada dia uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta."
Anônimo

" A vida é uma peça de teatro, que não permite ensaios. Por isso, cante, dance,ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."
Charles Chaplin

"Ama-me quando eu menos o merecer, porque será nessa altura que mais necessitarei."
Dr. Jeckyll

"Aquele que conheceu apenas a sua mulher, e a amou, sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil."
Leon Tolstoi

quarta-feira, 17 de junho de 2009

"Eu sei mas não devia"


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar o café correndo porque está atrasado.
A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas com que se cobra.
A gente se acostuma à poluição.
As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias de água potável.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se a praia está contaminada a gente molha só os pés e sua no resto do corpo.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se o trabalho está duro a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que gasta de tanto se acostumar, e se perde de si mesma.

Clarice Lispector

segunda-feira, 8 de junho de 2009



O grande circo místico

Trecho do livro Brenda Brasil
Aventuras e desventuras de uma poeta brasileira


Brenda vai andando lentamente até o quarto, e ao entrar, fecha a porta e corre para a janela; num salto olímpico ela a atravessa, como se a casa estivesse pegando fogo.
Ela corre em direção a porteira e lá, ela encontra o Max encostado numa moto antiga e suja.
-Estou pronta! Vamos?
-Sim, deixe-me ligar essa lata velha.
O rapaz tentou, mexeu, bateu, chutou e por fim, desistiu:
–Acho melhor a gente ir a pé. – Também acho. Responde a poeta.
O rapaz estende o braço para Brenda, mas a poeta descontente pega descaradamente na mão dele. O que os dois não perceberam, é que a mãe de Max espiava tudo por entre a gelosia da janela da sala.

Os dois andam sob aquele céu estrelado, de mãos dadas e sorrisos cruzados. Todo o tempo do mundo era mensurável para tamanho afeto recíproco. Ambos cantarolam e dançam cantigas de roda.

Naquela noite mística, Max e Brenda Brasil voltaram a ser criança. As roupas cresceram e descolaram dos corpos, enrugando-se e arrastando no chão. A poeta não mais pensava em poesias ou tristezas, apenas em doces e bonecas. O rapaz teve o rosto afinado, que num átimo de segundo, tornou-se, liso e imberbe. Os dois andavam sem culpa e sem medos. Eram apenas duas crianças de dez anos andando sobre uma terra de estrada, com os sapatos largos que sambavam e, de vez em quando, fugiam-lhe aos pés. As presilhas do cabelo de Brenda escorregaram e caíram, de tanto lutar para se manterem naqueles cabelos cada vez mais finos e lisos. Nada mais segurava os dois desbravadores de sonhos, e só o céu foi testemunha.

Lá ao longe eles conseguiam enxergar algumas luzes. Ao se aproximarem eles encontram uma bandinha de fanfarra, muitos palhaços, contorcionistas, mágicos e animais. –Olha lá o cavalo! Gritou o menino.

Um pierrô sorridente se aproxima das duas crianças e pergunta se eles não querem assistir a próxima atração. –Claro! Quanto é? Eu pago. Disse euforicamente o menino. –Dez reais o casal. –Feito! Após pagar os ingressos, Max e Brenda entram naquela enorme tenda, moradia de tristes saltimbancos. Os dois sentam-se num banco de madeira bem pertinho do palco.

-Senhoras e senhores! Respeitável público! Tenho o prazer de anunciar o início do espetáculo “Lago dos sonhos” com o grupo mambembe: Desatinados!!! Entra uma música bem alta e começa a entrar vários cavalos brancos com mulheres em pé sobre o lombo deles. Os olhos das crianças brilham e reluzem os holofotes, sem ao menos dar uma piscada. Mulheres descem do teto do circo, penduradas em um laço vermelho. Clowns ébrios choravam lágrimas sobre toda a platéia. Brenda não consegue conter a alegria e sorri freneticamente. Nesse ínterim de felicidade, Max abraça a loira de cabelos finos e dá-lhe um singelo beijo. A poeta menina sente uma certa luxúria intercostal, imprópria para criança daquela idade. Ela encosta a cabeça no ombro do menino e assiste ao resto do espetáculo sem dizer uma única palavra. Ao final, os aplausos aceleram os batimentos de Brenda mais uma vez.

Os dois saem de mãos dadas com um sorriso lustroso e incomensurável. –Você viu na hora que o palhaço caiu no chão? E o elefante? E os cavalos? Max perguntava tanta coisa para a poeta, sem nem mesmo deixá-la responder. Para fazê-lo calar, Brenda puxou o rapaz pelos colarinhos e deu-lhe um beijo adulto e despudorado. Max cala-se rapidamente. Os dois começam a voltar pela estrada de terra num silêncio sepulcral; a música da fanfarra começava a se extinguir e o céu perde o brilho. –Por que você está quieta? –Porque o meu ex era músico e adorava circo. –Você ainda gosta dele?
–Bem, o meu sentimento não é tão ancho quanto antes, mas eu ainda gosto sim.
-Então por que você não volta com ele? –Porque ele me deixou. A poeta começa a chorar e se ajoelha no chão. Max acaricia aqueles cachos loiros e beija a nuca de Brenda, abraça-a e diz que tudo na vida tem um começo, meio e fim.
Após alguns acalantos e fornicoques, ela começa a se dissolver nos fortes braços do rapaz, e entre beijos e carícias, os dois se unem para endossar o firmamento daquela homérica alegria, na estrada de terra batida.

Daniel Lellis Siqueira

terça-feira, 2 de junho de 2009

Um pouco diferente


Uma pacata família de lobos procurava criar seus quatro filhos da melhor forma possível. Ensinara a eles todas as artimanhas de caça e tudo que podiam, para fazer de seus lobinhos os mais respeitáveis animais da floresta. Os pequenos eram dedicados e esforçavam-se para praticar o que seus pais lhe haviam ensinado. Quando anoitecia na floresta, os lobinhos lançavam ao ar os acordes desafinados de seus primeiros uivos.
Um daqueles filhotes, porém, por mais que se esforçasse, não conseguia agir conforme o padrão e ser o lobo que todos esperavam que fosse. Ele apreciava mais a liberdade de seus pensamentos do que o cumprimento da tradição de sua raça. Uivava pela manhã saudando o sol, mas não a a noite para a lua. Não passava tanto tempo caçando e preferia passar horas e horas apreciando as estrelas cintilarem no céu e contando histórias fantásticas que aprendera com os outros animais da floresta. Isso o deixava muito feliz, ao contrário dos outros lobos que o olhavam com desdém por causa desse seu jeito estranho. "Esse aí é o lobo mais esquisito que já viveu por essas bandas"- cochichavam uns com os outros na alcatéia.
Mesmo sabendo que não era compreendido e aceito pela comunidade onde vivia, nada mudava em seu modo de ver a vida. Procurava aprender algo novo com cada animal. Descobriu a utilidade de um dique com um castor. A doçura do mel com os ursos. A arte da teia das aranhas. Seus olhos enxergavam cada vez mais a beleza da vida.
O comportamento do jovem lobo tanto incomodou os demais, que decidirma fazer uma reunião. Próximo ao pinheiro mais alto da floresta, o grupo traçou o destino do lobo.
_ Estamos aqui reunidos para tomar uma atitude a respeito daquele que não quer seguir os costumes milenares de nossa espécie. Assim, peço que votem pela expulsão desse estranho para bem longe de nosso domínio - declarou o lobo mais velho.
A decisão de afastá-lo seria unânime, exceto por um jovem lobo, que interrompeu a reunião: _ Porque temos de decidir sobre a vida de nosso colega? Ele tem o direito de fazer o que quiser. De ser como é!
-Ele não tem o direito de envergonhar nossa espécie!- esbravejou o velho lobo.
Atrás de uma árvore, escondido, o lobo ouvia a tudo com tristeza, sentindo que sua presença naquele lugar tinha chegado ao fim. Cabisbaixo, seguio pela trilha do norte e desapareceu floresta adentro. Nunca mais foi visto.
Nas manhãs de primavera, quando o cálido vento matutino soprava, podiam se ouvir ao longe os acordes do solitário uivo de um lobo que ousara ser simplismente autêntico.

Paulo Debs