UMA EXPERIÊNCIA EPIFÂNICA
Uma história comovente, que nos faz repensar a vida. Que o relato da vida de Hellen Keller possa renovar em nós o senso de missão na vida e nos proporcione mais fé para perseverar.
Os primeiros seis anos de Helen Keller
Helen Keller nasceu no dia 27 de junho de 1880 em Tuscumbia, uma pequena cidade rural no estado de Alabama, EUA. Era filha do Capitão Arthur Henley Keller, um sulista leal que lutara com orgulho no exército Confederado durante a Guerra Civil Americana, e de Kate Adams Keller, uma jovem mãe aos 20 anos.
Helen era um bebê sadio e muito ativo até que aos 18 meses foi acometida por uma doença estranha, diagnosticada na época como "febre cerebral", o que hoje seria provavelmente escarlatina ou meningite. esteve a morte, mas para surpresa dos médicos sobreviveu. Quando a febre passou, a mãe percebeu enquanto a banhavaque seus olhos não piscavam, mesmo quando passava a toalha bem rente aos seus olhos. Estava cega. Mas tarde, perceberam que mesmo quando berravam em seu ouvido não havia resposta. Helen estava surda e cega. Em pouco tempo as palavras que aprendera foram esquecidas, porque não podia mais ouvir e imitar os sons das pessoas que conversavam ao seu redor. Helen se tornara cega, surda e muda.
Sua mãe e pai entraram em desespero. Como poderia Helen, cega, surda e muda, sobreviver neste mundo? Como ensinar a ela as coisas mais simples que uma pessoa deveria aprender? Sua jovem mãe não sabia como alcançá-lanaquela prissãoescura e silenciosa. Para compensar seu sofrimento, os pais cederam para todos os seus desejos, nem imaginando o mal que lhe estavam fazendo. Helen fazia o que queria, tornando-se uma criança selavagem. Comia com as mãos, rodeava a mesa pegando comida do prato dos outros, em seu acesso de raiva quebrava pratos e abajures e chutava os empregados quando contrariada por qualquer coisa. Os parentes a conseideravam um monstro e diziam aos pais: "Ela está crescendo e se tornando uma idiota. Vocês deviam colocá-la numa instituição. É desagradável ficar perto dela". Mas seus pais a amavam e Helen seguia a mãe por todo ladoenquanto supervisionava o serviço da fazenda. Mas quando Helen completou seis anos, os pais sabiam que algo tinha de ser feitopara prepará-la para o futuro. Anos depois Helen mesmo escreveu: "Tinha a impressão que mãos invisíveis me seguravam. Fazia esforços frenéticos para me libertar".
Sua mãe lera num livro de Charles Dickens, notas Americanas, sobre um trabalho fantástico que haviasido feito com outra garota surda e cega, Laura Bridgman, da Nova Inglaterra, cujo isolamento mental fora vencido por Samuel Gridley Howe, fundador da primeira escola para cegos nos EUA, o instituto Perkins, em 1837. Kate Keller viajou para aconselhar-se com um especialista em Baltimore. O médico confirmou que Helen nunca voltaria a enxergar ou ouvir mas cria que ela podia ser ensinada e os aconselharam a visitar um expert em problemas infantis de surdez. O expert era Alexander G. Bell, o invetor do telefone, que na época estava ensinando crianças surdas e cuja esposa era surda-muda. Bell sugerio que procurassem Michael Anagnos, diretor do instituto Perkins em Massachuttes. Ele se responsabilizou em achar uma professora para Hellen. Foi ai que Anne Sullivan entrou para sempre na vida de Helen.
Anne Sullivan
Anne tivera uma infância muito sofrida. Filha de imigrantes pobres, praticamente perdera a visão aos cinco anos de idade. Sua mãe era aleijada e seu pai era um beberrão que a abandonara e a seu irmãozinho após o falecimento de sua mãe quando Anne estava para completar dez anos. ela e o irmãozinho foram enviados para viver num lugar terrível, um asilo do estado onde era recebido todo tipo de gente: idosos, doentes, débeis mentais, malfeitores. Seu irmão faleceu e ela permaneceu sozinha no asilo o resto de sua infância. Duas operações não conseguiram melhorar suasa vistas. Sua diversão predileta era imaginar-se bela (e teriasido uma bela mulher se não fosse pelso olhos embaraçados e quase sem visão), bem educada e sempre bem vestida. Anne era determinada e decidiu que faria de tudo para sair daquele lugar e ser educada numa escola para cegos. Disseram a ela que se encontrasse com um tal de Sr. Sanbom quem sabe conseguiria realizarseu sonho. Um dia, ouvio dizer que ele estava lá no asilo. correu e atirou-se diante dele implorando com veemência: "Sr. Sabom, Sr. Sabom, eu quero ir a escola." Foi assim que aos catorze anos, em 1880 (ano do nascimento de Hellen), conseguio deixar aquele lugar para ser educada no instituto Perkins onde Laura Bridgman, agora uma mulher adulta, lhe ensinou o alfabeto manual. Anne fez muito progresso em seus estudos e mostrou habilidade para ensinar outras crianças cegas mais novas do instituto. Ao mesmo tempo, recebeu tratamento hospitalar para seus olhos e depois de mais duas operações conseguio recuperar parcialmente a visão. Em 1886, foi solicitada por Michael Anagnos para ser professora de Hellen Keller, uma menina cega, surda e muda, embora não tivesse muita experiência aceitou a oferta prontamente. Anne estava agora com 19 anos.
O encontro de Helen com AnneApós uma viajem estafante de vários dias de trem, Anne se encontrou com os Kellers, na estação em Tuscumbia no dia 3 de março de 1887. Foram de carruagem para a fazenda e lá Anne avistou Hellen, em pé na varanda, pela 1° vez. Anne esperava ver uma garota frágil e pálida, mas ficou surpresa ao ver uma menina grande, forte, saudável, de cabelos castanhos com tons dourados, alta para seus sete anos incompletos. Anne percebeu que sua face revelava inteligência, apesar de faltar movimento ou brilho.
Helen soube que sua professora chegara quando Anne tentou abraçá-la. Helen a empurrou com tanta força que Anne teria se espatifado no chão se o Capitão Keller não estivesse lá para ampará-la.
Ela ficou maravilhada quando Anne colocou em suas mãos uma boneca feita especialmente para ela por Laura Bridgman e outras crianças do instituto Perkins. Anne aproveitou a oportunidade e soletrou bem devagar na mão de Helen a palavr boneca. Perplexa, Helen pegou a mão de Anne e repetiu as letras. mas teve um de seus acessos de raiva quando Anne tentou tirar a boneca dela por um momento com a intenção de devolver depois que ela soletrasse a palavra boneca mas uma vez. Foi com muito esforço que Anne conseguiu segurá-la sentada numa cadeira até que soletrasse a palavra. Esta foi a 1° das muitas batalhas que se seguiram.
O que me deixou intrigada lendo sobre esses relatos das batalhas de Anne Sulivan com Helen foi de onde tirava tanta força para perseverar até que a vontade de Helen fosse quebrada? De onde veio tanta fé no negativo?
Duas semanas de isolamento
Anne conseguiu convencer o Capitão Keller e sua esposa Kate a deixar que ela e Helen ficassem por um tempo sozinhas na cabana, do outro lado do gramado do casarão da fazenda, onde Helen nascera. Ela queria fazer de Helen uma pessao civilizada. A cabana tinha um quarto grande para Anne e Hellen e um quartinho para um servo que ficaria a disposição delas para acender o fogo e trazer as refeições da casa grande. Os pais poderiam visitá-la todos os diassó que sem que Helen percebesse que estava lá.
O primeiro dia foi chocante. Helen teve outro de seus ataques histéricos. Mas se alegrou cm a hora da janta, pois adorava comer. Mas não permita que anne a tocasse apenas sua mãe. após a janta brincou com suas bonecas e depois trocou-se para ir para cama. E ai aconteceu uma verdadeira batalha. Quando foi para cama e sentiu que Anne dormiria ao seu lado na cama de casal, Helen simplismente pulou da cama e plantou- se no canto do quarto, imobilizada. Por mais que Anne tentasse convencê-la a voltar para cama, ela não cedia. Esta teimosia durou quase duas horas e finalmente helen, vencida pelo cansaço, permitiu que Anne a colocasse na cama. Mas deitou-se encolhida o mais perto possível da beirada da cama.
No outro dia, acordou muito dócil e muito saudosa de casa. fazia gestos pedindo pela mãe e pelo pai, mas Anne sabia que não era hora de ceder.
De qualquer maneira, houve vários progressos em seu comportamento. Helen estava mais civilizada, para alegria de seu pai, que agora ia visitá-la e ficava abismado ao vê-la quietinha fazendo crochê e outras atividade lúdicas. um dia, ele trouxe a cachorra da família, Belle, para visitá-la. Helen colocou seus braços em volta dela e imediatamente começou a brincar com suas patas, tentando ensiná-la a linguagem manual. Depois de duas semanas sozinhas na cabana, retornaram à casa principal da fazenda.
O esporádico de Helen Keller
Em um mês, Helen havia aprendido 18 substantivos e 3 verbos e estava começando por iniciativa própria a pedir por mais palavras. mas foi no dia 5 de abril daquele ano que Helen teve seu esporádico, um raio de luz que abriu o caminho para que seu isolamento mental também fosse quebrado. Anne a havia levado até a casa da bomba para buscar água. Quando a água caiu no jarro, derramando pela mão direita da criança, Anne soletrou na esquerda: a-g-u-a. "A palavra, seguindo imediantamente a sensação de água fria correndo pela sua mão, pareceu espantá-la" Anne depois escreveu. "Deixou cair o jarro e ficou imóvel, como transfigurada. Uma nova luz se espalhou pelo seu rosto". Foi assim que Helen escreveu mais tarde sobre esta experiência: "Sem que eu soubese como, fora-me revelado o mistério da linguagem. Fiquei então sabendo que água significava aquela coisa maravilhosa e fresca que me corria pela mão. Aquela palavra viva despertou minha alma; deu- lhe luz, esperança e alegria; libertou-a!"
Agora Helen entendia de cada coisa tinha um nome especial. Pela primeira vez perguntou o nom de Anne e ela pode ensiná-la e pela primeira vez também ela se enfiou na cama de Anne e deu-lhe um beijo.
A partir dai tudo mudou para helen. Tomou posse da linguagem e a usou para ver e entender o mundo ao redor como se fosse uma criança normal.
Aos oito anos, Anne levou-a para o instituto Perkins onde um novo mundo se abriu para ela. Tinha a sua disposição muitos livros em Braille e a companhia de outras crianças cegas que sabiam o alfabeto manual. Houve épocas que lia tanto que seus dedos sangravam. Anne viajou com ela por vários lugares, sempre descrevendo em suas mãos as cenas e paissagens.
Aos dez anos, já era famosa e suas fotos e histórias eram publicadas em jornais. Tornou-se amiga de personalidades famosas, inclusive de um dos maiores escritores dos Estados Unidos, Mrk Twain, que permitia que Helen sentasse em seu colo e colocasse a mão em seus lábios para 'ouvir' o que estava falando. Ele chegou a declarar que considerava helen uma das personalidades mais interessantes do século dezenove.
Primeira mulher cega, surda e muda vai para universidade
Em 1900 tornou-se a primeira mulher com tripla deficiência física a entrar numa instituição de ensino superior, Radcliffe College. Foi muito difícil a vida na universidade para ela e para Anne. Saia-se bem nos estudos mas sentia falta de tempo para meditação. Na sala de aula, suas mãos estavam ocupadas o tempo para 'ouvir' o que Anne lhe transmitia das aulas através do alfabeto manual. Livros em braille eram importados da Alemanha e da Inglaterra para ela, e foi essa época que lia tanto que seus dedos sangravam, tendo que ser enrolados em faixa de seda como medida de proteção.
Helen torna-se uma celebridade mundial
Formaou-se em 1904 e já começando a receber muitos convites para palestras em público. Havia tido aulas para aprender a falar, mas por mais que tentasse sua voz saia engraçada, esquisita e não muito inteligível. Mass Anne a compreendia e fazia o papel de intérprete nas palestras.
tornou-se uma celebridade mundial mundial muito respeitada, recebeu títulos e condecorações, encontrou-se com autoridades, presidentes, reis e rainhas. Seus livros foram traduzidos em muitas linguas e também em braille. Sua vida e seu trabalho cooperaram pra quebrar o tabu de que cegos, surdos e mudos eram idiotas que deviam ser trancados em instituições, pois não tinham nemhum valor para a sociedade.
porém, a medida que os anos se passavam a saúde de Anne Sulivan foi declinando e estava novamente quase cega. Morreu em 1936, após uma longa série de operações nos olhos. Quem tomou seu lugar foi Polly Thompson, uma jovem escocesa muito competente, que já lhes servia de secretária. Polly Thompson também faleceu antes de Helen.
Os últimos anos de Helen Keller
Em outubro de 1961, Helen sofreu o primeiro de uma série de derrames e assim teve que encerrar sua carreira pública. Passou o resto de seus anos numa linda casa nas matas de Connecticut. Antes de morrer, foi condecorada com a medalha presidencial de Liberdade, a mais alta honra que um civil pode receber, pelo presidinte Lyndon Johnon. Um ano depois foi eleita para o Hall da fama na Feira Mundial de Nova York. Configura na lista das dez mulheres mais importantes do século XX. Morreu em paz durante seu sono no dia primeiro de junho de 1968, 26 dias antes de completar 88 anos. Foi cremada e suas cinzas foram colocadas ao lado das de Anne Sullivan e Polly Thomson na Catedral Nacional em Washington DC.
Fé e esperança de Helen no mundo invisível
Nos seus últimos anos de vida, vivia cercada por seus livros em Braille e ainda lia tanto que seus dedos precisavam ser envolvidos em seda. Helen possuia fé no mundo invisível e era profundamente espiritual. Disse aos 80 anos de idade que a Bíblia em Braille continuava sendo o mais precioso de seus bens. Sabia longos trechos de cor. Declarou que era a fé que a sustentava nashoras tranquilas em que se retirava dos múltiplos afazeres para profundo silêncio que só os surdos-mudos conhecem. "Espero o mundo que virá, disse ela, " o mundo em que todas as limitações físicas se desprenderão de mim como grolçhões; onde encontrarei outra vez minha amada professora e empreenderei, cheia de júbilo, serviços maiores do que os que até hoje emprendi."
Uma pequena reflexão
Anne Sulivan não se tornou famosa como Helen Keller. Mas foi ela que conseguiu com paciência e perseverança marcar a vida de Helen. Helen foi marcada para a eternidade naquele dia em que recebeu revelação sobre o mistério da linguagem através da palavra "água".
Não existe separação entre verdade natural e espiritual. A verdade é infinita e é uma só, mas tem várias pontas e a qualquer momento, no temppo e no espaço, podemos ter revelação de um aspecto da verdade.
Assim como Comenius plantou e guardou uma semente invisível que Zinzendorf abriu cem anos depois, Anne Sullivan foi usada por Deus para plantar sementes na vida de Helen keller.
Nossa vida aqui só vale a pena se nossa esperança, nossa fé no mundo sobrenatural, estiver afetando vidas neste mundo natural. Somos chamados para qualidade e não para quantidade. O escândalo de particularidade é este - uma vida como Anne Sullivan, no momento certo e na hora certa, tocando outra vida que mudou o curso de muitas vidas na história. No início, o relacionamento entre elas beirava a ódio, mas a perseverança e a paciência de Anne Sullivan no contínuo permitiu que o esporádico acontecesse e hoevesse a mudança interior na vida de helen.
Alguém tem sido usado por Deus para tocar sua vida, e você, também é chamado para tocar vidas para a eternidade, para palntar a semente que vai dar fruto para glóriade Deus. Gasta suor, sofrimento, perseverança e paciência, mas se sua fé, seu alvo, sua esperança, estiver firme, se houver uma revelçao forte do que é a semente invisível para que ela não se contamine pelas teorias sutis do humanismo, certamente o seu dia de tocar a vida de alguém vai chegar, ou talvez já tenha chegado para ser tocada por dua fé no Deus invisível mas que existe, é infinito, pessoal e fala e que intervém na história, no tempo e no espaço. Que nossa oração possa ser: "Deus, onde está minha Helen Keller?".
Nenhum comentário:
Postar um comentário